
Relacionamentos vêm, relacionamentos vão, mas o que não podemos descartar é a lição que dá para tirar deles.
Quando somos mais novos e inexperientes, a única base que temos é aquilo que conseguimos observar através de filmes, novelas, parentes e amigos.
Somos inclusive capazes de enxergar os erros nos relacionamentos alheios, mas só aprendemos de fato quando vivenciamos as nossas próprias experiências.
Muita gente encara o fim de um relacionamento como algo ruim e que deve ser esquecido por completo. No começo é até bom esquecer, se distrair com outras coisas, deixar a poeira abaixar e só então refletir sobre o que aconteceu.
Por que o relacionamento acabou? Como vinham sendo os últimos meses do casal? Desde quando a relação estava morna ou desgastada? Houve traição? Houve ofensa? O casal vinha brigando muito? O que era bom e o que era ruim no relacionamento que acabou?
Algumas questões assim podem aparecer e ajudar a pessoa a não cometer os mesmos erros no futuro.
A começar pelas coisas boas e ruins no relacionamento anterior. Por exemplo, se você gosta de esportes radicais, aventuras, viagens e muito agito, é óbvio que você não vai namorar uma pessoa que só quer saber de ficar em casa assistindo TV, não é? No mínimo a outra pessoa tem que gostar, pelo menos um pouco, de sair de casa, viajar e curtir a vida.
Se, no relacionamento anterior, você não gostava de ter que participar religiosamente das reuniões de família, aos domingos, obviamente você não vai namorar alguém assim, ou no mínimo você irá se abrir com essa pessoa e dizer que não se sente à vontade de ter que, obrigatoriamente, estar todo domingo almoçando com a família dele ou dela.
Desgastes, falta de ânimo, esfriamento… A rotina é um dos piores problemas na vida de um casal. De repente os dois começam a se acomodar, a deixar de fazer as coisas legais e românticas que faziam no início e passam a viver feito zumbis dentro do relacionamento.
Fica tudo muito mecânico, muito pacato, muito “feijão com arroz” e, quando menos esperam, já está um traindo o outro ou os dois vivendo uma vidinha sem graça, frustrada, sem sal.
Vamos acordar, pessoal!
Bem dizem que o amor é como uma plantinha que precisa ser cuidada e regada com frequência. Mas é verdade. Se você tem uma planta linda, que você gosta muito, mas você não faz nada para que ela permaneça assim, uma hora você vai perceber que ela irá murchar, murchar, murchar até morrer de vez. É claro, nem água você dá para a coitada!
Assim são os relacionamentos. Se você percebe que tem alguma coisa que não está legal, tente mudar. Se você acha que está faltando alguma coisa, tente descobrir o que é. De repente uma viagem simples já resolve o problema da monotonia. Ou até mesmo um passeio ao zoológico, uma ida ao cinema, umas compras no shopping. Que seja!
O que não pode é esperar a plantinha morrer de vez, pois aí não tem mais volta. Tem que jogar fora.
Alguns casais simplesmente não sabem cuidar do relacionamento. A princípio engatam um namoro atrás do outro sem parar para refletir no porquê dessa bagunça toda. E acabam repetindo os mesmos erros: egoísmo, ciúmes em excesso, implicância por qualquer coisa, traições, grosserias, vícios e outros.
Tem pessoas que demoram para perceber esse tipo de erro, mas também quando percebem, conseguem ser felizes em um relacionamento verdadeiro e duradouro. Nunca é tarde para o amor!
Eu, por exemplo, cansei de bater cabeça namorando caras igualmente agitados e geniosos como eu. Assumo. Sou chata, implicante, de personalidade forte e bem mandona. Já vi que não consigo mudar muito esse meu jeito de ser. Posso até amenizar, mas sempre haverá essa tendência explosiva dentro de mim.
E adianta eu sempre namorar caras do mesmo naipe? Claro que não. É faísca na certa!
E adianta eu ser sempre explosiva, mandona, briguenta e mimada? Também não. Então o jeito é eu me esforçar para ser um pouco mais calma e paciente.
Fazendo um “en passant” a respeito dos meus relacionamentos anteriores, pude aprender que nem sempre as coisas devem ser só do jeito que eu quero e que as pessoas não são obrigadas a aturar meus problemas o tempo todo.
Aprendi que é preciso ceder de vez em quando, entrar em um acordo, saber conversar, ser mais paciente e menos mandona.
Aprendi que cada pessoa tem seu ritmo e seu tempo certo de entender e assimilar as coisas e que eu não posso obrigar ninguém a acompanhar esse meu ritmo louco e desenfreado.
Aprendi que é muito mais eficaz falar o que estou pensando do que esperar que o outro adivinhe.
Aprendi que eu não sou o umbigo do universo e que as pessoas ao meu redor não podem parar o que estão fazendo só para resolver os meus pepinos.
Aprendi que as outras pessoas também têm problemas.
Aprendi a ser um pouco mais romântica e carinhosa, na medida em que as pessoas merecem e precisam.
Aprendi que dá para ir amando aos poucos, cada vez mais, afinal quando um relacionamento começa já avassaladoramente apaixonado, pode não durar muito…
E eu tenho certeza que vou continuar aprendendo. Seja com o atual, seja com os anteriores, pois quer queira, quer não queira a gente sempre lembra de alguma situação do passado que pode muito bem servir de ensinamento para o presente.
Sem neura, sem saudades, sem revivals.
O bom é saber tirar proveito de algumas lembranças e fazer do relacionamento atual o melhor de todos!
E vamos sempre aprendendo!
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